Técnicas

Vitral fácil



Você já viu aqueles vitrais elaborados, coloridos e que parecem que levaram meses para serem feitos?  Pois é...  Aqui vai uma dica para você fazer vitrais de uma forma fácil, econômica e com um resultado que surpreende.  Você vai precisar só de tinta vitral nas cores que você escolher, tinta dimensional e uma placa de vidro.  Viu que simples?
Veja o passo a passo:


Passo a passo

1 -  Escolha o risco que você quer fazer no vitral e prenda com fita adesiva no vidro;
2 -  No lado oposto do vidro, contorne com a tinta dimensional, tomando o cuidado para que os encontros entre os riscos fiquem com a tinta dimensional bem aderida ao vidro.  Se não tomar este cuidado, quando colocar a tinta vitral ela vai escorrer pelas frestas;
3 -  Aguarde a secagem da tinta dimensional e
4 -  Comece a preencher com a tinta vitral.

Algumas dicas:

1 -  Para ter certeza de que os encontros entre os traços estão com a tinta dimensional bem aderida ao vidro, você pode utilizar um palito de dentes para pressionar estes encontros.  Faça isso com cuidado para não deformar o traço.  Basta encostar o palito no encontro dos traços para que a tinta encoste no vidro, caso ainda não tenha encostado.
2 -  Você não precisa esperar uma cor secar para depositar outra cor.  Você pode preencher áreas que não sejam adjacentes. 
3 -  Se você pintar áreas adjacentes com cores diferentes pode correr o risco de as cores se misturarem.  Neste caso, é melhor aguardar a secagem para poder depositar a outra cor.
4 -  Para pintar com a tinta vitral você pode utilizar pincéis, mas a tinta vitral precisa de um solvente orgânico para a limpeza.  Neste caso, para limpar os pincéis você vai precisar de thinner ou outro solvente forte.  Mas para evitar este trabalho, você pode depositar a tinta utilizando palitos de churrasco.  Dessa forma você não precisa se preocupar em lavar os pincéis depois de terminado o trabalho.  Basta molhar o palito na tinta e deixar escorrer sobre a área que você quer preencher.  Esse método garante uma cobertura uniforme, já que a tinta se espalha pela superfície e não aparecem os riscos das cerdas do pincel.
5 -  Se você quiser que o risco saia exatamente como está no papel, tem que riscar o avesso e utilizar este lado para se orientar no trabalho.  O fato de usar a tinta dimensional no outro lado do vidro faz com que o desenho fique espelhado.
6 -  Dê preferência para desenhos que não sejam muito detalhados, pois com a tinta dimensional não dá pra desenhar detalhes muito minuciosos.  Pesquise os desenhos para vitral, que já são feitos com essa finalidade.
7 -  As tintas vitral são miscíveis entre si, ou seja, você pode combinar as cores para formar outras cores.  Você pode, por exemplo, usar o amarelo para clarear uma área na cor laranja, depositando o amarelo na área que deseja clarear.  Você pode usar o mesmo recurso para escurecer as áreas.
8 -  Você pode usar vidro liso ou vidros com textura.  Os vidros com textura tem um dos lados liso, onde você deve trabalhar com a tinta dimensional e a tinta vitral.  Este tipo de vidro dá um efeito extra ao trabalho.

Veja outros modelos de vitral e se inspire para fazer o seu.  Bom trabalho e até o próximo artigo!


vitral

vitral

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vitral

vitral

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A regra dos terços

Muitas vezes nós começamos um trabalho, nos dedicamos bastate, mas quando chegamos ao final temos a sensação de que alguma coisa não está certa.  Na maioria das vezes essa sensação de que alguma coisa está "fora do lugar" ou faltando ocorre porque, sem prestar atenção, desobedecemos à "regra dos terços".
Mas o que é isso?  A regra dos terços é uma teoria utilizada na composição, especialmente em fotografia, desenho e pintura, que nos ajuda a distribuir os elementos na composição.
Quando não observamos essa técnica, normalmente criamos uma composição maçante, estática, que não estimula o observador a explorar o trabalho.  Mas como essa regra funciona?
Para que possamos utilizar essa regra, devemos dividir o nosso espaço de criação com três linhas verticais e três linhas horizontais, como se fosse um jogo da velha, como se vê na figura abaixo.

Regra dos terços


Note os pontos vermelhos que marcam onde as linhas se cruzam.  Estes são os pontos de interesse da área a ser trabalhada.  Nestes pontos é que devem se colocados o motivo principal da imagem.  Dessa forma a pessoa que observa a composição tem espaço e orientação para explorar a obra.  Veja alguns exemplos de composição abaixo:

Cachorrinho

Note que o filhote está posicionado sobre a linha da direita, sobre os pontos 2 e 4.  Dessa forma a pessoa que observa a composição pode explorar o gramado à esquerda, procurando novas informações na imagem.  A composição teria o mesmo efeito se o filhote estivesse posicionado sobre os pontos 1 e 3, possibilitando ao observador explorar o gramado à direita da figura principal, no caso o filhote.  No caso da imagem abaixo, o foco da composição é o arranjo com as frutas, colocado sobre os pontos 1, 3 e 4.  Esta composição conduz o olhar do observador de cima para baixo e da esquerda para a direita, permitindo que em um segundo momento o restante do cenário seja explorado e assimilado no conjunto.

Natureza morta

Existem diversas formas de utilizar esta regra para criar a sua composição.  Veja mais um exemplo abaixo.  Nesta imagem, o farol é o destaque na composição, e está colocado sobre os pontos 2 e 4.  Nesta composição o observador pode explorar o restante da paisagem a procura de novas informações.

Farol

Comece a observar as composições que mais te agradam e as que não agradam tanto assim e utilize a regra dos terços para analisar essas composições.  Esse exercício fará com que você encontre formas de montar seus próprios arranjos, definindo os pontos que proporcionam uma obra com mais harmonia para você.  Até o próximo artigo!


Planos e perspectivas na pintura

Um dos recursos mais utilizados pelos artistas é o uso dos planos e perspectivas para dar a sensação de profundidade na pintura.  Com o emprego correto da teoria de planos e perspectivas é possível fazer com que o observador "entre" na obra, transmitindo a impressão de que aquele cenário é realmente tridimensional.
A perspectiva nada mais é do que desenhar de forma que o objeto mostre as várias faces que o compõem.  Você certamente usou muito este recurso quando desenhava dados nas primeiras séries da escola, quando desenhava dois quadrados e ligava os cantos destes quadrados com linhas diagonais.  Desenhando desta forma você transmitia a sensação de que o dado era visto nas suas três dimensões:  altura, largura e comprimento.


Quanto aos planos, observe o quadro abaixo (A Casa Rhododendron).  Observe podemos "dividir" a imagem em várias "camadas", ou planos.  O plano de fundo, neste caso representado pelo céu, é a camada mais distante do observador.  Por ser um elemento pintado com cores claras, ajuda a dar destaque aos planos que se encontram mais próximos.
Logo antes do céu, podemos observar uma vegetação pintada em tons de um verde azulado, o que sugere uma vegetação mais distante, que neste caso compõe mais um plano do trabalho.
Na sequência, ainda mais próximo do observador, vemos as árvores pintadas em tons mais vivos de verde e uma árvore em tons mais quentes de amarelo e laranja.  Estas árvores estariam compondo um outro plano na pintura, ajudando a dar uma sensação de profundidade à imagem.
Continuando nesta sequência, observamos a casa amarela, com janelas e portas iluminadas.  Esta imagem estaria compondo mais um plano no trabalho, neste caso apresentando também um desenho em perspectiva que reforça a idéia de profundidade.
Finalmente, no que costumamos chamar de primeiro plano, vemos as flores, o gramado e o caminho que leva até à casa, reforçando a sensação de que podemos entrar pela imagem e chegar até os planos mais distantes.  Nesta imagem, com esta análise, conseguimos identificar 5 planos bem definidos.


Dessa maneira são utilizados os planos na pintura.  Pintando em primeiro lugar as imagens que estão nos planos mais distantes, e seguindo uma ordem de disposição dos elementos que compõem o trabalho.  É importante dizer que o número de planos no qual uma imagem é dividida varia de um artista para outro.  Isso depende do detalhamento da imagem e da sensação que se pretende provocar no observador.  Veja a imagem da natureza morta abaixo.

Natureza morta - Márcio Camargo - óleo sobre tela

O trabalho de Márcio Camargo é uma pintura a óleo sobre tela e pode ser dividido em 4 planos, por exemplo.  O plano de fundo, pintado em tons de marrom para dar destaque às cores quentes das frutas, um próximo plano onde se encontram a xícara e a maçã mais distante, o próximo plano onde se nota o cacho de bananas, a próxima maçã e o prato com a metade do mamão, e o primeiro plano, onde estão o copo e os talheres.  Desta forma temos a sensação de profundidade da composição, que aparentemente está posicionada sobre uma mesa.  Perceba que nesta imagem conseguimos identificar 4 planos bem definidos.
Utilizar este conhecimento ao planejar seu trabalho vai ajudar a definir quais serão os elementos a serem trabalhados antes e quais elementos devem ser trabalhados por último para que o trabalho realmente transmita a sensação de que os elementos obedecem a uma ordem de disposição em relação ao observador.
Agora você pode olhar os trabalhos de outros artistas com novos olhos:  os olhos de quem observa a disposição dos elementos na obra.  Até o próximo artigo!


Formas, luz e sombra

Se você já leu o artigo As cores complementares, certamente entendeu a grande utilidade deste conhecimento para obter profundidade, definindo áreas de luz e sombra nos seus trabalhos.  Mas como eu posso utilizar as cores complementares para definir essas áreas?
Você já ouviu vários professores de pintura falando em iluminar as folhas, ou sombrear o trabalho, ou ainda em dar profundidade ao desenho.  Mas o que isso quer dizer na prática?
Em qualquer trabalho de pintura, seja em tecido, em tela, em caixas, em paredes ou em qualquer outra superfície plana o nosso desenho só terá duas dimensões:  altura e largura.  Isso quer dizer que o desenho, mesmo quando feito na perspectiva correta e se não for preenchido com cores que dêem a ilusão de profundidade, transmite a sensação de um objeto que é bidimensional, ou seja, só apresenta altura e largura.

gato

Observe a imagem acima (clique na imagem para ampliar e ver melhor).  Na imagem à esquerda, colorida, o gato aparece nitidamente deitado na grama entre as folhas da vegetação ao seu redor.  Agora observe a diferença da imagem à direita, em preto e branco, onde o gato se mistura com o resto do desenho.
A imagem à esquerda permite uma melhor distinção da profundidade da cena por causa das cores e áreas de luz e sombra, o que não se vê na imagem da direita, que foi produzida apenas em tons de cinza.  Daí a importância de conhecer o círculo cromático e as cores complementares e análogas.  É a partir desse conhecimento que o artista vai determinar que cores serão utilizadas nos seus trabalhos, bem como as cores complementares que ele utilizará para trabalhar as áreas de sombra.

luz e sombra na maçã

Agora observe a imagem da maçã acima.  Quando você pensa em maçã, automaticamente vem a cor vermelha no pensamento.  Isso é uma convenção que carregamos desde as primeiras séries da escola.  Mas observe que a maçã da imagem abaixo apresenta tons de amarelo, marrom, vermelho, sem mencionar os efeitos de brilho e o sombreamento.  Esse sombreamento da imagem é que permite provocar a sensação de profundidade que muitos artistas falam.  Perceba que nas áreas de sombra do vermelho a cor responsável por essa sensação é um vermelho mais escuro, mais "fechado" como se costuma dizer.  Esse tom é obtido através da mistura do vermelho utilizado nas áreas mais claras com um verde, que é a cor complementar do vermelho.  Da mesma forma, na área amarela existe uma sombra, que é obtida através da mistura do amarelo utilizado naquela área com o roxo, que é a cor complementar do amarelo.
Faça alguns testes com desenhos que você tem aí na sua casa para definir áreas de luz e sombra.  Para começar você pode fazer trabalhos mais simples com esferas.  Dessa forma você vai se acostumar com a mistura das tintas e a sua distribuição nas áreas mais ou menos iluminadas.
Bom trabalho e até breve!


As cores complementares

Mais uma vez voltamos ao círculo cromático para estudar um pouco mais sobre as cores.  Agora vou falar das cores complementares.  As cores complementares são aquelas opostas no círculo cromático.  O estudo das cores complementares tem uma grande importância para quem trabalha com arte em geral, uma vez que a partir do entendimento da relação entre os complementos é possível trabalhar as composições com mais harmonia.
Em geral, quando iniciamos na técnica da pintura, imaginamos que para fazer uma área de sombra em uma imagem devemos usar uma cor escura, como o preto, cinza escuro ou marrom.  De fato, quando misturadas estas cores vão escurecer a cor que estamos trabalhando, sem dúvida.  Mas logo quando usamos a mistura das tintas no trabalho nos damos conta de que não era bem aquilo que estávamos esperando.
Isso acontece porque as cores utilizadas para sombrear são as cores complementares.  Pois é!  Eu também achei estranho quando aprendi sobre isso.  Por exemplo, se você estiver pintando uma maçã vermelha com áreas de sombra e luz, você vai utilizar o verde, que é a cor oposta ao vermelho no círculo cromático, para definir as áreas de sombra da maçã.

Da mesma forma, se você estiver pintando maçãs verdes as áreas de sombra serão definidas pela cor oposta no círculo cromático, ou seja, o vermelho.  Se você estiver pintando uma casa com as paredes azuis e precisar definir áreas de sombra, vai usar o laranja para escurecer o azul, assim como se você estiver pintando um arranjo com laranjas, vai utilizar o azul para as áreas de sombra.
Mas não é só para definir as áreas de sombra que as cores complementares são utilizadas.  Elas também são muito úteis na composição em termos de destaque.  Utilizar uma cor complementar como fundo para uma imagem vai destacar essa imagem, fazendo com que ela pareça mais brilhante na composição.  Por outro lado, se você utilizar uma cor análoga (aquelas que são vizinhas no círculo cromático), você vai harmonizar as cores e as imagens não terão destaque no trabalho.
Por exemplo, se você pintar rosas vermelhas sobre um fundo alaranjado, as rosas não vão se sobressair.  Agora, se você pintar, por exemplo, girassóis amarelos sobre um fundo em tons de roxo/lilás, as flores vão parecer saltar do trabalho.  Veja abaixo a mesma flor sobre um fundo análogo e sobre um fundo complementar.


Este é um estudo bastante interessante para que você se familiarize com o uso das tintas e das cores.  Faça alguns círculo e use suas tintas!  Defina as áreas de sombra e utilize várias combinações.  Assim você verá o efeito das cores no seu trabalho e como as cores complementares podem te ajudar na profundidade da sua composição.
Até aqui já vimos algumas teorias bastante úteis para você utilizar nas suas composições.  É importante fazer testes práticos para perceber o funcionamento destas teorias.  Não tenha medo!  Pegue alguns pincéis (não precisa ser muitos) e algumas tintas e faça testes.  Faça misturas, crie contrastes, defina áreas de sombra e você vai ver como a sua percepção da utilização das cores muda em pouco tempo.

O efeito das cores no humor

Você já reparou que quando acorda de bom humor quer vestir uma roupa mais colorida, mais vibrante?  E que quando está meio triste a tendência e usar roupas escuras?  Pois saiba que isso não é coincidência ou que isso acontece porque sempre foi assim.  Tudo isso acontece por causa dos efeitos psicológicos que as cores manifestam no ser humano.
Desde muito pequenos que já temos afinidade com algumas cores.  O nosso temperamento, a nossa educação e a nossa personalidade são alguns fatores que determinam qual é a nossa cor preferida e de qual cor nós não gostamos.  Uma pessoa que goste muito de vermelho provavelmente vai revelar uma personalidade ativa, agitada e decidida.  Já uma pessoa que goste muito de azul marinho provavelmente vai mostrar um temperamento mais tranquilo, mais introspectivo e observador.
Você já deve ter lido o artigo "A temperatura das cores" aqui no blog.  Se não leu, dá uma olhadinha clicando no título do artigo ali.  Isso vai facilitar a visualização do que é falado aqui neste artigo.

Olhando o círculo cromático você observa de um lado as cores quentes e do outro lado as cores frias.  As cores quentes, que vão do amarelo ao vermelho, passando pelos tons de laranja e suas variações, são cores que remetem à atividade, ao calor e ao elemento fogo.  Já as cores frias, que vão do verde ao violeta, incluindo o azul e todas as suas tonalidades são cores que lembram a água, a introspecção e o repouso.  Vejamos algumas cores e seus efeitos no nosso humor.

Amarelo

O amarelo é uma cor que remete ao verão e ao sol.  É a cor mais luminosa do disco cromático e representa o ouro, o dinheiro e os estudos.  O amarelo é uma cor que promove bom humor e incita à ação.  É uma cor que deve ser utilizada para motivar, para animar e para alegrar um ambiente.  O excesso de amarelo pode causar ansiedade, uma vez que é uma cor muito vibrante.

Vermelho

O vermelho é tradicionalmente a cor da paixão, do perigo e da sensualidade.  É a cor que lembra o coração, o sangue e a elegância.  Esta é uma cor quente, que também agita os ânimos, mas que direciona para a sensualidade e a paixão.  Também é a cor da realeza.  Os reis e rainhas do mundo todo não dispensavam a utilização de mantos e tapetes vermelhos nas cerimônias mais elegantes promovidas pela corte.

Azul

O azul é uma cor fria e remete à reflexão.  Por ser uma cor associada ao céu e aos oceanos, ela lembra a profundidade e o infinito, levando à introspecção, à contemplação e ao pensamento reflexivo.  O azul é uma cor que transmite tranquilidade e calma, mas que também pode provocar sensações negativas associadas à solidão e ao recolhimento.

Laranja

O laranja, por ser uma mistura entre o amarelo e o vermelho, é uma cor que também remete ao verão e ao calor.  É uma cor associada à fidelidade.

Violeta

O violeta e o lilás são cores que remetem à espiritualidade e ao misticismo.  Também são cores associadas à delicadeza, ao equilíbrio e à religiosidade, à sabedoria, à inteligência e também a emoções negativas como violência e degradação.

Verde

O verde é uma cor fria, associada à calma, ao crescimento e à saúde.  É uma cor que deve ser utilizada com cuidado, pois o seu excesso produz uma sensação de angústia e ansiedade.

Branco

O branco é, na prática, a ausência de cores e em teoria é a mistura de todas as cores.  Nos trabalhos artísticos a cor branca remete à paz, à tranquilidade, à limpeza, à inocência e à pureza.  Nas pinturas, é uma cor muito utilizada para iluminar os temas, possibilitando trabalhar com os jogos de sombra e luz que vão dar a sensação de profundidade à pintura.

Preto

O preto é uma cor sóbria e tradicionalmente reflete tristeza, solidão e luto.  Por outro lado, o preto também é a cor da elegância e do luxo.  Ao contrário do que muitos iniciantes pensam, praticamente não se utiliza preto para determinar as áreas de sombra nas pinturas.  Este efeito é obtido a partir das cores complementares.

Cinza

O cinza, por si só, é uma cor que remete à tristeza, ao abandono e à angustia associada à falta de atividade.  A sua combinação com outras cores faz com que sua influência sobre o humor praticamente desapareça, tornando-o uma cor neutra e sem maiores influências.

As cores são a maior relíquia à disposição do artista.  A sua utilização com consciência e equilíbrio permite a produção de obras que prendem o interesse de quem vê.  É preciso utilizá-las com sabedoria, pois a sua presença em uma peça vai provocar determinados sentimentos da mesma forma que o seu uso indiscriminado pode fazer com que o resultado pretendido seja o oposto.
Neste artigo foram descritas algumas das sensações provocadas pelas cores, mas o assunto não está esgotado aqui.  Eu recomendo que você faça mais pesquisas e obtenha mais informações, obtendo assim um conhecimento que permita utilizar o círculo cromático da forma mais eficiente para o seu trabalho.
Bons estudos!

 

A temperatura das cores

Certamente você já ouviu falar em cores quentes e cores frias, não é mesmo?!  Mas o que é isso exatamente?  Como pode uma tinta ter temperaturas diferentes?  Como isso interfere no meu trabalho?  De que forma eu posso utilizar isso nos meus projetos?  Essas são algumas perguntas frequentes quando se trata do estudo das cores.
Primeiramente é importante dizer que a temperatura aqui não é a temperatura que todo mundo conhece, a medida física de calor.  É apenas uma forma de referência às sensações transmitidas pelas cores.  De certa forma, acaba fazendo referência aos elementos frios e quentes da Natureza, como o fogo e o gelo.  Por isso se adotou essa expressão para referência das cores nas composições.
As cores quentes são aquelas que remetem ao calor do fogo, como o laranja e o amarelo, principalmente.  Já as cores frias são as cores que lembram a água e o gelo, como os azuis e violetas.Certamente você se lembra do artigo sobre cores primárias e o círculo cromático, não é mesmo?!  Caso não tenha lido o artigo, recomendo que antes de continuar neste aqui, você leia aquele para entender melhor.
Muito bem!  Você se lembra das cores primárias?  O azul, amarelo e vermelho?  Se lembra, vai lembrar também que as outras cores (secundárias, terciárias e toda a diversidade de cores) são produto da mistura destas três cores primárias.  Mas como definir quais são as cores quentes e quais são as cores frias?  Vamos precisar do círculo cromático novamente.


Note que as cores primárias, secundárias e terciárias continuam aí no círculo.  A diferença agora é que fizemos uma linha tracejada separando o círculo ao meio.  Veja que de um lado do círculo nós ficamos com o amarelo e o vermelho, e consequentemente os tons resultantes da mistura destas duas cores.  Na outra metade, enquanto cor primária, o azul ficou sozinho.  
Agora faça uma comparação das cores com as coisas que você conhece na Natureza.  Vamos começar com uma lagoa...  Em uma lagoa é muito difícil você ver cores do lado "quente" do círculo cromático.  O mais provável é que você veja o verde da vegetação, do lodo, ou então o azul refletido do céu nas profundezas da lagoa.  Essas são as cores frias, que neste exemplo estão associadas à água e à escuridão.  Vamos imaginar agora o clássico exemplo do por do sol.  Fica impossível determinar quantos tons de amarelo, laranja e vermelho que se vê em uma paisagem dessas.  São todas cores do lado "quente" do círculo.  Não é pra menos!  Você está vendo o por do SOL, uma estrela que é só fogo.
Agora que você já entendeu a relação das cores com as temperaturas, está na hora de falar das sensações que as cores provocam no ser humano.  Mas isso é assunto para um próximo artigo...  Até breve!

Cores primárias e o círculo cromático

Você já deve ter se perguntado o porquê de alguns projetos venderem melhor do que outros ou o porquê de algumas peças agradarem mais aos clientes do que outras.  Grande parte dessa resposta se deve à escolha das cores utilizadas para a composição do trabalho.  Harmonizar as cores muitas vezes é uma tarefa intuitiva, mas um pouco de técnica sempre ajuda, não é mesmo? Então vamos falar um pouco sobre as cores…


Observe a imagem acima.  A composição apresenta o que chamamos de "círculo cromático", ou seja a disposição das cores a partir da combinação das cores primárias, que são o amarelo, o azul e o vermelho.  Estas três cores são chamadas primárias porque são cores que não se consegue misturando outras cores.  No círculo cromático elas são dispostas em pontos com a mesma distância entre eles, como na imagem abaixo (observe que o vermelho, o amarelo e o azul formam uma espécie de triângulo no disco).


Mas como são preenchidos os espaços entre estas cores primárias?  Eles são preenchidos com as chamadas cores secundárias e terciárias.  Estas cores são chamadas assim porque elas são resultado das misturas entre as cores primárias.  Este é um dos segredos mais importantes na pintura:  a utilização das cores seguindo o círculo cromático.
Note que entre o vermelho e o amarelo aparece a cor secundária laranja, ou seja vermelho + amarelo = laranja.  Da mesma forma, entre o amarelo e o azul aparece o verde, então amarelo + azul = verde.  E, finalmente, entre o azul e o vermelho aparece o violeta, ou azul + vermelho = violeta.  Estas cores (o laranja, o verde e o violeta) são as cores secundárias.  Elas resultam da mistura de partes iguais das cores primárias.  Isso quer dizer que se você pegar a mesma quantidade de amarelo e azul e misturar, você vai obter o verde e assim por diante.
Mas ainda sobraram espaços entre as cores no disco!  E agora?  Agora esses espaços serão preenchidos com as chamadas cores terciárias.  As cores terciárias são aquelas que fazem uma tremenda confusão na hora de dar nome a elas.  Uns acham que é um verde amarelado, outros acham que é um amarelo esverdeado, mas ambos estão certos.  As cores terciárias são resultado da mistura das cores secundárias com uma cor primária.  
Se pegarmos um verde (cor secundária) e misturamos com o azul (cor primária), teremos um azul esverdeado, uma vez que na mistura já temos uma parte de amarelo incluída.  Da mesma forma, se pegarmos um laranja (cor secundária) e misturarmos com vermelho (cor primária), teremos um vermelho alaranjado, que também carrega uma parte do amarelo na sua composição.
Mas as cores acabam aí?  Claro que não!  O círculo cromático acima é uma representação simplificada.  As possibilidades de mistura são praticamente infinitas.  Trabalhar com o círculo cromático é uma excelente referência para compor os seus trabalhos, uma vez que você pode partir das cores primárias para planejar a sua composição.
Um exercício divertido e extremamente útil para quem gosta de pintar é desenhar um círculo, separar as cores primárias e ir fazendo as misturas e aplicando de forma a montar um círculo cromático.  Esse exercício faz com que você comece a perceber as misturas, as intensidades das cores, as nuances e os tons.
Em outros artigos estarei falando sobre a composição de trabalhos a partir do disco cromático e sobre a temperatura das cores.  Até breve!

21 comentários:

  1. Amei o seu blog, parabéns, certamente já é e será muito útil pra mim. Obrigada.

    Ester Rute

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    1. Que bom que gostou, Ester! Espero contribuir mais e mais. Um abraço!

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    1. Que bom que você gostou, Lu! Em breve estarei postando novos artigos por aqui. Um abraço!

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  3. muito bom, as informações sao muito importantes

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    1. Fico feliz que você também tenha gostado, Paola! Espero trazer mais idéias e dicas que ajudem nos nossos trabalhos. Um abraço!

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  4. Amei,na minha cidade ,é tudo muito dificil cidade de 10000 pessoas,nen material tem para comprar,tudo tem que viajar.eu amo artesanatosó não aprendi até hj pintura é meu maior sonho.
    Parabéns pór seu trabalho.

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    1. Que bom que você gostou, Beth! Espero trazer dicas que te estimulem a começar na pintura. Não tenha medo. Tenho certeza de que você fará excelentes trabalhos. No que precisar, pode contar comigo pra ajudar. Um abraço!

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  5. ameiii esse blog super interessante....

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  6. MARAVILHOSO blog parabéns, informações bem interessantes e úteis.

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    1. Que bom que gostou, Neuzy! Espero trazer mais dicas úteis por aqui. Um abraço!

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  7. Adorei vai me ajudar muito, preciso mesmo trabalhar algumas tecnicas, pois pretendo pintar algumas telas! Obrigado!

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    1. Fico feliz que tenha gostado, Juliana! E não se intimide só porque vai passar pra tela. É superfície, tinta e inspiração. Você vai fazer excelentes trabalhos!

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  8. Material usado sem autorização.
    Este gráfico do disco/círculo cromático é de minha autoria e propriedade e faz parte da apostila sobre teoria das cores que escrevi para minhas aulas, em 1999!
    Favor citar o crédito corretamente, ou remover. Possuo os originais e o registro do material.
    Att.
    Profa. Dra. Jurema Sampaio - http://jurema-sampaio.pro.br/strani_felicita/terciarias.htm

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